28 Mar 23 Como medir o grau de inovação da sua empresa
Com o desenvolvimento da tecnologia e o acesso simplificado a sensores de IoT, serviços Cloud e sistemas de informação, passou a ser possível implementar soluções, com atrativas relações de custo-benefício, para a transformação digital das empresas. O setor dos moldes tem-se destacado, em Portugal e a nível internacional, pelas suas diversas formas de produção e transformação, cada vez mais complexas e automatizadas, e por uma aposta sustentada na qualidade, inovação e valor acrescentado. Tendo como base a atuação do setor dos moldes na Indústria 4.0, conheça neste artigo como medir o grau de inovação da sua empresa.
Este texto contém um excerto do artigo “Como medir o grau de inovação das empresas na Indústria 4.0”, de Cristina Barros, CEO da SINMETRO, publicado na edição de Julho de 2021 da Revista “O Molde”.
Indústria 4.0 como mudança de paradigma
O modelo tradicional de produção caraterizava-se por estar associado a longas etapas de conceção e desenvolvimento de produtos. Existia uma dependência por protótipos físicos, tarefas manuais de montagem, desmontagem e manutenção, e registo das ações de controlo em papel e folhas de Excel que prejudicava fortemente a eficiência, a rentabilidade e a capacidade de inovação das empresas.
A Indústria 4.0 catapultou o mundo global, interligado e radicalmente aberto no qual a única certeza é a incerteza. Diz-se que esta revolução industrial implica uma mudança de atitude por parte das empresas, porque o conhecimento passou a ser o elemento mais importante da produção. No sentido em que só existe inovação se existir a investigação de novos conhecimentos, com base nos atuais, que acrescentem valor ao mercado, bem como a consequente transferência para pessoas, processos, produtos, tecnologias e modelos de negócio.
Na Indústria 4.0, procura-se, portanto, mudar as práticas intensivas de mão-de-obra manual e sem valor agregado por configurações de manufatura digital, como a sensorização remota e a monitorização em tempo real. A partir de uma análise de requisitos industriais, são propostas funcionalidades digitais capazes de suprir necessidades específicas, mas também de fornecer vantagens valiosas para a competitividade e respetiva inovação das empresas.
Inovação no setor dos moldes
O setor dos moldes é orientado por modelo de negócio “Engineering by order”. Ou seja, pelo desenvolvimento de projetos segundo encomenda e uma cadeia de valor e chão de fábrica constituídos por operações discretas (prospeção de mercado, orçamentação, gestão de projetos, desenho, engenharia, produção em etapas, testes, metrologia, entre outras).
Cada molde é um novo desafio em termos de prazos, especificações e complexidades geométricas. Para responder positivamente, o setor dos moldes, que necessita de realizar estudos para a obtenção da qualidade pretendida, redução de custos e cumprimento de prazos, obteve das novas tecnologias e metodologias formas de resposta a todos os pormenores envolvidos na execução ou fabrico do molde na produção.
No caso do fabrico de peças para a indústria automóvel, existem várias fases a processar, desde o estudo da peça recebida, onde o projetista pode sugerir alterações para facilitar o projeto ou para reduzir custos, estudo da máquina que será utilizada para o molde, execução de um desenho 3D preliminar, elaboração e modelação de mecanismos ao desenho final.
A prototipagem é um claro exemplo de como o caminho trilhado nos últimos anos pelo setor dos moldes se deve à evolução tecnológica da realidade virtual 3D. Esta forma de inovação permite que as equipas de engenharia transponham informações fornecidas por sistemas CAD e testem produtos e processos de fabrico num ambiente de realidade virtual, com o objetivo de detetar oportunidades de melhoria e falhas críticas, antes da sua produção física.
Como medir o grau de inovação da sua empresa?
Partindo destas premissas da transformação digital que estão implícitas no processo de inovação na Indústria 4.0, e com o objetivo de avaliar a velocidade, o impacto e o grau de penetração dos projetos de I&D e inovação no mercado, apresentamos-lhe uma ferramenta de medição.
A “The Innovation Impact Board” foi concebida pela CEO da SINMETRO para assegurar o alinhamento dos projetos de I&D nos quais participamos, de acordo com a estratégia da empresa e as necessidades e tendências do mercado.
O cálculo destes KPIs e sua constante monitorização e análise são prementes para perceber se o plano definido para a inovação é o mais adequado ou se a qualquer momento poderá ser necessário explorar novas dimensões da inovação.
Reflexões finais
Hoje impõe-se às empresas assumirem um mandato de diferenciação, crescimento, expansão e internacionalização, através do desenvolvimento de modelos de negócio cada vez mais ambiciosos. Isto tem o nome de inovação.
Reconhecemos que existem vários desafios e incertezas inerentes ao desenvolvimento de uma cultura contínua de inovação. Diríamos que os principais são mesmo identificar os requisitos da infraestrutura tecnológica a adotar, capacitar as pessoas para a implementação destas mudanças ou ter a noção dos custos fixos e anuais que decorrem da implementação de uma estratégia de digitalização. Ainda assim, as empresas necessitarão, mais cedo ou mais tarde, de dar início a um conjunto de investimentos que passam pela órbita da:
- Definição de uma estratégia que envolva, desde muito cedo, as pessoas no processo de mudança e que conduza a uma solução integrada de gestão das operações, da informação e do conhecimento.
- Implementação, com recurso à integração entre sistemas, digitalização de operações, automação e IoT, um modelo de “Smart Factory”, que assegure a eficiência e o fluxo contínuo de informação, produtos e materiais.
- Desenvolvimento de um sistema de Business Intelligence para explorar a Big Data através de uma visualização analítica dos dados e dos indicadores de desempenho (KPIs).
- Promoção de lógicas implícitas de negócio que estão apenas “na cabeça das pessoas” em algoritmos que tornem explícito esse conhecimento.
- Rastreabilidade de riscos de segurança na rede global, através da adoção de sistemas de cibersegurança.
Permita-nos ajudá-lo a entrar na Indústria 4.0.
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